O que é Cervicalgia?
A cervicalgia costuma ser insidiosa, sem causa aparente. Mas raramente se inicia de maneira súbita, em geral está relacionada com movimentos bruscos do pescoço, longa permanência em posição forçada, esforço ou trauma e até mesmo alterações da ATM (articulação têmporo-mandibular). O paciente com cervicalgia geralmente relata uma melhora quando está em repouso e exacerbação da dor com o movimento.
Sintomas e sinais
O paciente com cervicalgia costuma adquirir uma atitude de defesa e rigidez dos movimentos. Ocorre também uma alteração na mobilidade do pescoço e a dor durante a palpação da musculatura do pescoço, podendo também abranger a região do ombro e nos casos mais graves ou prolongados irradiando para todo o membro superior. Em relação à dor, o paciente pode queixar-se desde uma dor leve local e uma sensação de cansaço, até uma dor mais forte e limitante.
O braço, além de doer, pode apresentar alterações de sensibilidade e força muscular, são as chamadas “alterações neurológicas”. O paciente refere adormecimento de alguma área ou de todo o membro, podendo ser contínua ou desencadeada por algum fator. A fraqueza muscular acontece em casos mais graves ou prolongados sendo geralmente progressiva. Podem existir também alterações nos reflexos encontrados em algumas inserções musculares no punho, cotovelo e ombro nos casos mais graves.
Causas da Cervicalgia
As cervicalgias podem ser decorrentes, de desordem mecânica, fatores posturais e ergonômicos ou ao excesso de sobrecarga dos membros superiores. A dor cervical resulta em perda na produtividade importante em certas ocupações e a maior predisposição de lesão associa-se a certos tipos de atividades e a idade. A cervicobraquialgia caracteriza-se por dor cervical com irradiação para membro superior, normalmente devido à compressão da raiz nervosa proveniente da região cervical sub-axial. Trabalhos que envolvam movimentos repetitivos de membros superiores e flexão da coluna cervical estão relacionados à dor cervical.
Diagnóstico e exames: O diagnóstico pode ser feito clinicamente, levando em conta as características dos sintomas e o resultado do exame neurológico. Exames como raio-x, tomografia e ressonância magnética ajudam a determinar o tamanho da lesão e em que exata região da coluna está localizada.
Tratamento
Tratamento através de Reabilitação Músculo Articular da Coluna Vertebral, é um programa fisioterapêutico que utiliza técnicas de fisioterapia manual, mesa de tração eletrônica, mesa de descompressão dinâmica, estabilização vertebral e exercícios de musculação. Ele visa melhorar o grau de mobilidade músculo-articular, diminuir a compressão no complexo disco, vértebras e facetas, dando espaço para nervos e gânglios. Fortalece os músculos profundos e posturais da coluna vertebral através de exercícios terapêuticos específicos enfatizando o controle intersegmentar da coluna lombar, cervical, quadril e ombro.
Etapas do tratamento
Fisioterapia Manual: A disfunção dos tecidos moles pode alterar o movimento articular e diminuir a eficácia da mobilização-alongamento da articulação. É por isso que o tratamento frequentemente começa com este procedimento visando diminuir a dor e o espasmo muscular ou aumentar a mobilidade dos tecidos moles. Esses procedimentos auxiliares podem também tornar mais fácil a realização da mobilização das articulações, produzindo um efeito mais duradouro. Dentre as técnicas de fisioterapia manual utilizamos a Osteopatia, Maitland, Mulligan e mobilizações articulares.
Mesa de Tração Eletrônica
Pesquisas realizadas nos EUA mostram que técnicas de tração vêm sendo usadas com sucesso, durante anos, no tratamento das discopatias e doenças degenerativas da coluna vertebral. Os equipamentos utilizados nos processos de tração evoluíram longe das rotinas de tratamento no Brasil por questões de custos e falta de informação científica sobre este assunto em nosso país.
Grandes fabricantes de equipamentos terapêuticos e cientistas americanos investiram seriamente em pesquisas durante décadas enquanto aprimoravam técnicas seguras e eficazes de utilizar a tração vertebral e seus benefício.
Finalmente Chegamos a Triton DTS: A mesa possui um mecanismo de deslizamento com molas que controlam o atrito do paciente sobre a mesa e garante progressão segura, suave, confortável e precisa nos processos de aplicação e retirada de carga de tração. Outros pontos positivos são as novas peças de apoio para os joelhos que facilitam a retificação da coluna lombar e as cintas de contato circunferenciais que são largas e flexíveis para promover um ajuste perfeito ao padrão corporal de cada paciente. Os ajustes de tempo, carga e tipo de tração (intermitente ou estática) e outras características do processo de tração são programados pelo fisioterapeuta e dependem de cada paciente e da patologia à ser tratada. Por isso esse equipamento possui uma unidade de tração automática, computadorizada que promove uma força descompressiva no eixo axial da coluna vertebral do paciente.
A Triton DTS ainda oferece um a chave de controle que permite ao paciente desativar a tração eletrônica sem a ajuda do fisioterapeuta em caso de desconforto, reduzindo a carga gradativamente a zero.Essa descompressão traz inúmeros benefícios como: Aumento do espaço intervertebral alongando os músculos espinhais monoarticulares, melhora a mobilidade dos ligamentos e cápsulas das facetas articulares, causa um deslizamento dessas facetas (que têm 30% de responsabilidade nas compressões radiculares), alarga o forame intervertebral e retifica curvaturas espinhais. Efeitos mecânicos – melhora da circulação local; diminuição da compressão das superfícies facetarias; diminuição da compressão sobre as raízes nervosas; alongamento mecânico do tecido retraído. Efeitos neurofisiológicos – estimulação dos mecanoceptores e a inibição da proteção reflexa que diminui o desconforto dos músculos em contração. Este equipamento possui uma unidade de tração automática, computadorizada que promove uma força descompressiva no eixo axial da coluna vertebral do paciente.
Mesa Flexão/Descompressão Trav 500 s
A mesa Flex Trav 500 s: é um equipamento que possibilita que o fisioterapeuta tenha total controle sobre a mobilidade da coluna vertebral do paciente, permitindo movimentos de flexão, extensão, látero-flexão. Desta forma, o tratamento pode ser realizado de uma forma mais confortável, conseqüentemente mais precisa. Nesta mesa, aplica-se uma força de descompressão associada à flexão da coluna vertebral exatamente no nível a ser tratado.
Entre os efeitos desta técnica estão: O espaço do disco posterior aumenta em altura, A flexão diminui a protrusão do disco e reduza estenose, A flexão alonga o ligamento amarelo para reduzir a estenose, A flexão abre o canal vertebral em 2mm (16%) ou 3,5 mm à 6mm, A flexão aumenta o transporte de metabólitos para o discom, A flexão abre as articulações apofisárias e reduz a tensão no disco posterior, O núcleo pulposo não se move na flexão. A pressão intradisco cai sob a tração para baixo de 100mmHg. A abertura foraminais intervertebrais aumentam dando espaço para o nervo e gânglios da raiz dorsal. A mesa flex é capaz de ser regulada de acordo com a evolução do paciente, minimizando posturas dolorosas durante o tratamento. Outra técnica oferecida pela mesa é o “Drop”. O Drop é uma técnica manipulativa pouco agressiva que usa a propriocepção como embasamento de funcionalidade.
Estabilização Vertebral
A estabilidades vertebral é dada por elementos estáticos e dinâmicos da coluna vertebral sendo os estáticos corpos vertebrais, articulações facetárias, cápsula articular, discos intervertebrais e os ligamentos espinhais; e os dinâmicos, o sistema musculotendineo em especial os músculos multifidos e transverso do abdômen. A estabilidade pode ser definida como a habilidade de controlar movimento e de prevenir movimentos indesejáveis ao redor de um ponto fixo. Através da técnica de estabilização vertebral, desenvolvida na Austrália, podemos fortalecer os músculos profundos da coluna vertebral e melhorar o grau de estabilidade vertebral.
O programa de estabilização vertebral utiliza o sistema muscular para proteger as estruturas articulares da coluna de microtraumas repetitivos, dor recorrente e mudanças degenerativas. Uma vez que os elementos estáticos da coluna vertebral, que sofreram ação externa lesionando-se, já não respondem à estabilização provida por estes, se faz necessário a ação dos elementos dinâmicos. Porem na presença da dor lombar esses elementos, sistema musculotendíneo, sendo mais específico os músculos multifidos, não atuam eficientemente, gerando assim a necessidade de recondicionamento do mesmo (O’SULLIVAN, 2000).
O Transverso Abdominal é um músculo mais profundo que se localiza na região ântero-lateral do abdômen e se insere anteriormente na linha alba e púbis e posteriormente na face interna, borda inferior das 6 últimas cartilagens costais, processo transverso das vértebras lombares, crista ilíaca e ¼ lateral do ligamento inguinal. Os Músculos Multifidos são responsávéis por 2/3 da rigidez segmentar (Richardson et al. 1999) e atuam na extensão rotação, inclinação lateral e estabilizadores lombar. Origem: Dorso do sacro, EIPS, processos mamilares das lombares, processo transverso das torácicas e processos articulares da C4 à C7.
Inserção: Processo espinhoso de 3 a 5 vértebras acima. O papel dos músculos estabilizadores segmentares é de promover proteção e suporte às articulações através do controle dos movimentos fisiológico e translacionais, que no caso excedam 4 mm (COMERFORD e MOTTREM, 2001 apud MARINZECK, 2002). Para que tal aconteça é necessária uma ativação tônica, de baixa intensidade e específica estabelecendo assim o controle motor normal desses músculos (MARINZECK, 2002). Neste caso de controle da musculatura do tronco, segundo Kisner e Colby (2003), durante a realização dos exercícios, o terapeuta dirige a atenção do paciente para a posição em que a coluna se encontra e a sensação da contração dos músculos, objetivando a percepção da estabilização da coluna vertebral.
A aplicação da técnica: Em primeiro momento realiza-se um treinamento da estabilização localizada que consiste em contrações isométricas do músculo abdominais com co-contrações dos músculos mulmultífidos (BISSCHOP,2003).
A) O paciente aprende a contrair o transverso do abdômen e multifidos.
B) Manter a co-contração do transverso e dos multifidos enquanto realiza atividades alternadas com os membros superiores e depois inferiores. Com o objetivo de ativar os estabilizadores locais.
Em um segundo estágio o paciente aprende a contrair os estabilizadores durante atividades mais complexas. Já em uma fase três é incluso a contração de músculos intrínsecos e globais. Para isso contamos com alguns equipamentos como o Stabilizer.
O Stabilizer é um aparelho simples destinado a registrar as alterações de pressão numa bolsa de pressão pneumática e que permite detectar o movimento da coluna e suas compensações durante o exercício.
Musculação ou Pilates
Musculação: Após o término das sessões previstas é fundamental buscar alternativas para manter os benefícios decorrentes do tratamento. Serão necessários estímulos frequentes e graduais que garantam a integridade das estruturas músculo-esqueléticas envolvidas e previnam contra novas crises. A opção eficiente e segura é um programa de exercícios de musculação que incluem os principais componentes da aptidão física relacionados à saúde (potência aeróbica, força e flexibilidade) ajustados de acordo com a especificidade da situação e supervisionados por profissionais de educação física que, antes do início do programa recebem do fisioterapeuta responsável pelo tratamento todas as informações necessárias para prescrever os exercícios e produzir o efeito terapêutico desejado sem sobrecarregar as estruturas de risco. O acompanhamento da evolução do treinamento ocorre através das avaliações das periódicas e frequentes modificações da rotina de treinamento.
Pilates: É um método foi elaborado por Joseph Pilates que preconiza alcançar um desenvolvimento do corpo de forma uniforme, objetivando uma melhora no condicionamento físico e mental com exercícios globais, isto é, que exigem um trabalho do corpo todo, utilizando diferentes aparelhos e equipamentos.Através dos seus princípios, concentração, fluidez, controle, respiração, centro de força, postura o praticante do método irá melhorar sua consciência corporal, flexibilidade, equilíbrio e força muscular O método apresenta movimentos fluidos de força e alongamento, feitos sem pressa e com poucas repetições. Realizadas por Fisioterapeutas e profissionais de Educação Física, estes alunos devem ser orientados sobre o principio do método e uma avaliação especifica deve ser realizada para assim delimitar os objetivos de cada praticante se terapêutico ou se mais voltado para o físico. O método tem como principais benefícios.
• Aumenta a resistência física e mental;
• Maior controle corporal;
• Melhora da postural;
• Aumento da flexibilidade, tônus e força muscular;
• Alívio das tensões, estresse e dores crônicas;
• Melhora da coordenação motora;
• Maior mobilidade das articulações;